Wiz recusa oferta de US$ 23 bi do Google e Governo Federal investirá US$ 4 bi em Inteligência Artificial [#40]
Apesar das negociações terem se encerrado, investidores do setor de cibersegurança ficam otimistas com a retomada de propostas de deals no setor.
QUINTA-FEIRA • 01 de agosto de 2024
No Inside VC News dessa semana você vai encontrar:
👉 Investidores enxergam oferta que Wiz recebeu como sinal positivo para retomada dos investimentos em cibersegurança.
👉 Governo Federal divulga plano para investir US$ 4 bilhões em Inteligência Artificial.
👉 The Global Route e Distrito se unem para saber mais sobre a internacionalização das startups brasileiras. Você pode ajudar com isso!
👉 Pra ficar de olho: Quartzo Capital vai levantar R$ 500 mi; Solar e Trinity formam joint ventures; nova regulação para fintechs; Renner investe em retail media.
Tudo isso em mais ou menos 5 minutos de leitura!
💰 Quem recusa US$ 23 bilhões?
Hoje, iniciamos o mês de agosto, mas ainda na última semana de julho, fomos surpreendidos com a notícia de que a Wiz, uma das principais startups de cibersegurança do mercado, recusou a oferta de US$ 23 bilhões para ser adquirida pela Alphabet, empresa-mãe do Google.
Essa oferta era uma jogada estratégica da empresa para fortalecer suas capacidades de segurança na nuvem e competir com as outras bigtechs Microsoft e Amazon. No entanto, em memorando para os funcionários, o CEO da Wiz, Assaf Rappaport, afirmou que, apesar de lisonjeados pela oferta, decidiram seguir com o plano original de buscar um IPO e alcançar US$ 1 bilhão em receita recorrente anual.
A questão é: independente do acordo ter sido concretizado ou não, um burburinho no mercado de cibersegurança se instalou. Para Alex Doll, fundador da Ten Eleven Ventures, a negociação do Google com a Wiz é um sinal positivo para a indústria1.
2024 superando as expectativas
E parece que é verdade. Segundo o PitchBook, o valor acumulado em exits no setor de cibersegurança em 2024 já superou o do ano passado.
Diante disso, podemos citar o caso da startup norte-americana Chainguard, que semana passada, alcançou o status de unicórnio após captar US$ 140 milhões em rodada série C liderada pela Redpoint Ventures, Lightspeed Venture Partners e IVP2.
No Brasil, a Trenchi, uma startup de gestão de riscos cibernéticos, atraiu investimentos de grandes nomes como Bradesco, L4 Venture Builder e Accenture, captando R$ 35 milhões em uma série A3 no começo do ano.
As ameaças do mundo cyber
Bem, agora você deve estar se perguntando os motivos pelos quais essas movimentações estão acontecendo.
Acontece que estamos sujeitos a ameaças cibernéticas o tempo inteiro. Segundo relatório da Trend Micro, líder mundial em soluções de cibersegurança, 161 bilhões de ataques foram bloqueados em 20234. Essas startups surgem com o objetivo de oferecer novas soluções que mitiguem esse problema e protejam as redes, sistemas e dados que as corporações possuem.
No setor financeiro, por exemplo, a Inteligência Artificial Generativa está sendo usada para treinar sistemas antifraude por conta da sua capacidade de processar muitos dados e identificar transações fora dos padrões. Se você ficou curioso para saber mais sobre isso, sugiro dar uma olhada no Fintech Report 2024 do Distrito, comentamos mais por lá 😉
🏛️ Novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial
Na última terça-feira, durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, o governo brasileiro lançou um plano ambicioso de Inteligência Artificial para os próximos anos.
O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, ou PBIA, promete transformar a administração pública com um investimento que totaliza R$ 23 bilhões de reais1.
O que vem por “AI”?
A ideia é simples: tornar o Brasil um exemplo mundial de inovação com o uso de IA no setor público. Para isso, será criado o Núcleo de IA do Governo, que contará com a colaboração de diversos órgãos, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Universidade de Brasília.
Além disso, um dos focos do plano é a capacitação dos servidores públicos. A meta é treinar cerca de 115 mil servidores até 2026, ou seja, 20% de todo o funcionalismo público. Para isso, serão investidos R$ 7,5 milhões.
O PBIA também dará um empurrão na Infraestrutura Nacional de Dados. Foi dito que serão catalogados 2 mil conjuntos de dados do governo até 2027. O Conecta GOV.BR também vai facilitar a troca segura de informações entre sistemas governamentais, com uma economia estimada de R$ 6 bilhões até 2026.
Sobretudo, a segurança dos dados é uma prioridade nesse plano. Ele prevê a criação de uma nuvem soberana para garantir que os dados dos cidadãos estejam seguros e sob controle nacional. Serpro e Dataprev já estão na jogada, e a previsão é que sejam investidos R$ 1 bilhão nessa iniciativa. Bastante coisa, não é?
🌐 Panorama da Internacionalização de startups
O Distrito se uniu a The Global Route, consultoria especializada em estratégias de expansão internacional, em uma pesquisa para mapear a internacionalização das startups brasileiras.
A iniciativa visa identificar desafios, oportunidades, estratégias e impactos da expansão global dessas empresas. Participe e receba o Guia de Internacionalização quando a pesquisa for divulgada!
👀 Pra ficar de olho
Quartzo Capital está se preparando para levantar R$ 500 milhões em um novo fundo de investimentos, com foco em empresas em estágio inicial e setores inovadores.
A Andrade Gutierrez, por meio da Solar, e a Trinity formaram uma joint venture visando alcançar eficiência operacional e sustentabilidade no mercado livre de energia.
A partir de agosto, fintechs de crédito no Brasil enfrentarão novas regulamentações.
RX Ventures, braço de investimento da Renner, está investindo em empresa estadunidense de retail media e Inteligência Artificial.