M&A é destaque na estratégia de crescimento das startups em 2024 [#38]
Perspectivas otimistas colocam fusões e aquisições em evidência. Conheça também a Canastra Venture, fundo criado para investir em startups de IA.
QUINTA-FEIRA • 04 de julho de 2024
No Inside VC News dessa semana você vai encontrar:
👉 Startups estão realizando fusões e aquisições para crescerem.
👉 Saiba quem é a gestora mais “fresca” do momento, Canastra Ventures.
👉 Pra ficar de olho: Nova bolsa de valores; ETFs de Ethereum; joint venture entre Santander Brasil e Grupo Pluxee; CRMBonus estende série B.
Tudo isso em mais ou menos 5 minutos de leitura!
🧩 O cenário de fusões e aquisições para startups
Ultimamente, as fusões e aquisições têm se consolidado como uma estratégia fundamental para startups que buscam consolidar e ampliar seus negócios. Pois é, com um cenário cada vez mais competitivo, essas operações se tornaram uma maneira eficaz de adquirir novas tecnologias, expandir a base de clientes e aumentar a participação de mercado.
Em 2023, segundo dados do Distrito, o número de M&As realizados na América Latina representou uma queda de 42,3% em relação a 2022, pode-se dizer que por conta de um mercado se adequando ao aumento das taxas de juros que afetou a liquidez e o número de transações globalmente, além de outros motivos geopolíticos.
Em 2024, a atividade se manteve semelhante até o momento, mas vem indicando um certo aumento. Ainda de acordo com dados do Distrito, o mês de maio registrou mais de 20 transações, superando o valor registrado no mesmo período do ano passado e reforçando que esse ano talvez possua médias superiores.
Mas, por quê?
Os M&As oferecem às startups uma série de possibilidades de crescimento. Entre as principais, podemos citar:
Acesso a Novos Mercados e Clientes: expandem geograficamente e alcançam novos segmentos de mercado, aproveitando a base de clientes da empresa adquirida.
Sinergia de Recursos: a combinação de recursos, tecnologias e talentos pode resultar em uma operação mais eficiente e inovadora.
Fortalecimento da Competitividade: pode fortalecer a posição no mercado, eliminando competidores diretos e consolidando a presença no setor.
Diversificação de Produtos e Serviços: diversificando e integrando novos produtos e serviços ao seu portfólio, o que aumenta a proposta de valor para os clientes.
Aceleração do Crescimento: podem eliminar barreiras de mercado e oferecer uma via rápida para aumentar a participação de mercado e acelerar o crescimento.
Temos visto um aumento significativo nas captações com o objetivo claro de realizar aquisições estratégicas por parte de startups. Recentemente, a fintech Celcoin, conhecida por seus serviços de pagamento, banking e crédito, anunciou que arrecadou o valor de R$ 650 milhões em rodada liderada pela Summit Partners, investidor global de growth equity1.
A startup planeja utilizar os recursos para expandir o negócio, explorando novas parcerias e aquisições estratégicas que possam complementar suas ofertas atuais. A expectativa é que novas aquisições sejam anunciadas em breve, alinhadas à estratégia de crescimento orgânico e inorgânico da empresa.
Outro exemplo é o Nubank, que semana passada anunciou sua primeira aquisição desde o IPO com a Hyperplane, uma startup de inteligência de dados fundada no Vale do Silício2. Essa aquisição faz parte da estratégia do banco digital de se tornar uma empresa "AI-first", integrando tecnologias de ponta para aprimorar seus serviços financeiros e oferecer uma experiência ainda mais personalizada aos seus clientes.
Ainda nessa linha, a fintech Asaas, de soluções de gestão financeira e pagamentos para pequenas e médias empresas, recentemente fez sua terceira aquisição3. A startup comprou a Code Money, fintech de Florianópolis que oferece soluções de pagamentos para comerciantes locais, como parte do plano de ampliar sua gama de serviços.
Sendo assim, enquanto o mercado vai se ajustando às incertezas econômicas, é esperado que as fusões e aquisições continuem aumentando e se estabilizando junto com uma retomada da confiança dos investidores. Para entender melhor o impacto desse crescimento e como ele pode influenciar suas decisões de investimento, confira nosso Plano Data.
🧀 Canastra Ventures, a gestora mais “fresca” do momento
O cenário de venture capital no Brasil está com novidades que prometem “maturar” o mercado de investimentos em startups. A Canastra Ventures, uma nova gestora de investimentos1 focada em startups de Inteligência Artificial, anunciou planos para investir nesse setor, seguindo a tendência que tem sido observada internacionalmente.
Liderado por empresários mineiros, o fundo busca fortalecer o ecossistema de IA no país, proporcionando recursos e suporte estratégico para novas empresas do setor. A gestora está em busca de 40 startups early stage para seu portfólio e pretende não apenas aportar capital, mas também oferecer uma estrutura de suporte para o desenvolvimento tecnológico e de mercado dessas empresas.
O foco específico em acelerar e investir em startups de Inteligência Artificial é um indicativo do crescente interesse e potencial da tecnologia no Brasil. Já são mais de 1000 startups de Inteligência Artificial mapeadas na América Latina pelo Distrito no Emerging Tech Report 2024, representando 44% das startups de tecnologia na região.
👀 Pra ficar de olho
Nova bolsa de valores do Rio de Janeiro, operada pela Americas Trading Group, tem data para começar a operar no segundo semestre de 2025.
A introdução dos ETFs de Ethereum está próxima e pode impulsionar a recuperação do mercado de criptomoedas, embora especialistas sejam cautelosos sobre seu impacto imediato.
O Santander Brasil concluiu a formação de uma joint venture com o Grupo Pluxee (ex-Sodexo), adquirindo 20% da Pluxee Benefícios Brasil, enquanto o Grupo Pluxee mantém 80% da participação.
A CRMBonus, especializada em soluções de engajamento de clientes, captou US$ 10 milhões da Vivo Ventures e Industry Ventures em extensão de rodada série B.