[#5] É das fintechs que os fundões de VC gostam mais! 🤑
QUINTA-FEIRA • 9 de março de 2023
Perto de 83% das empresas brasileiras de médio e grande porte já investem em startups por meio de programas de corporate venture capital (CVC), aceleração, incubação, inovação aberta, entre outros. É o que mostra uma pesquisa conduzida pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital, a ABVCAP.
Conforme o estudo, a maior parte dos novos fundos de investimento corporativo direciona entre R$ 50 e R$ 120 milhões para aportes em startups. Só em 2022, treze companhias de capital aberto lançaram caixas do tipo; juntas, elas anunciaram que irão destinar R$ 3,04 bilhões para aplicações em tecno-empresas.
Dentre as empresas que ainda não contam com CVC, todas pretendem aderir à modalidade em algum momento.
Está na hora de fechar negócio. 🤝
Bom dia!
Esta é a sua News de Venture Capital hoje:
O VC em dados: saúde e educação tech entram no radar das M&As no Brasil
Os VCs e as fintechs: fundões apostam maior parte das fichas no setor de finanças
Transfeera: fintech atraiu grandes fundos de VC, como a Bossanova Investimentos
Leia em 3min23
O VC em dados
As indústrias de varejo e marketing online, sempre bastante aquecidas em termos de M&As, têm dado lugar para as de educação e saúde no ranking dos setores tech mais procurados para aquisições no Brasil. Em 2022, as healthtechs e edtechs inclusive superaram as retailtechs e martechs em número de fusões e aquisições (tabela).
Os motivos dessa ascensão são diversos. Dentre eles, podemos destacar o fato de que o mercado de tecnologia brasileiro ainda não conta com tantos casos de startups em estágios de desenvolvimento muito avançados (Série C, D, E…) nos setores de educação e saúde. Consequentemente, isso torna o preço dessas startups mais atrativos para as grandes empresas. Além disso, é válido destacar a consolidação que ambos os setores passaram recentemente, com corporações adquirindo de forma frequente outras organizações como forma de ganhar mercado e trazer mais eficiência para dentro de casa.
Fintechs são sensação entre os fundões de VC
Recentemente, a companhia de análises CB Insights divulgou relatórios sobre as estratégias de investimento de duas das maiores casas de venture capital do mundo: a Sequoia Capital e o Andreessen Horowitz. Mais especificamente, sobre as apostas dessas companhias gestoras na indústria de finanças tech em 2022.
Durante o período, 25% dos acordos assinados (deals) por cada uma dessas empresas foram com fintechs. A Sequoia concentrou seus investimentos nas techs de mercado de capitais, pagamentos e folha de pagamento e benefícios. O a16z colocou a maioria das suas fichas nas de pagamentos e blockchain.
No Brasil, em 2022, cerca de 40% de todo o dinheiro investido no mercado de novas tecnologias foi direcionado para as startups de finanças. As que receberam a maior parte desse capital foram as fintechs da categoria de crédito (37,6%) e serviços digitais (19,9%). Quem contribuiu forte com essas porcentagens foram a Creditas, que recebeu uma série F de US$ 260 milhões com extensão de US$ 50 milhões (SoftBank, QED Investors, Lightrock, Kaszek, Andbank, entre vários outros), e a Neon, que arrecadou uma série D de US$ 300 milhões (BBVA, Propel Venture Partners).
Quando olhamos para as maiores firmas de venture capital cujos investimentos estão majoritariamente concentrados no Brasil (mas que não têm necessariamente origem ou fundadores brasileiros), notamos que é das fintechs que elas também gostam mais. Atualmente, o Kaszek Ventures detém participação acionária em oito upstarts de finanças, o setor mais representativo do portfólio atual da companhia. O mesmo vale para a Canary, que hoje é dona de ações em dezoito fintechs tupiniquins.
A jovem fintech que atraiu grandes casas de VC
Fundação: 2017
Setor: finanças
Estágio: série A
Investimento total recebido: R$ 10 mi
Sede: Joiville, SC
A Transfeera nasceu em 2017 na incubadora Softville, de Joinville, com o objetivo de diminuir o custo das transferências entre diferentes contas bancárias (TEDs) para pessoas físicas. A startup de finanças abriu conta nos principais bancos do Brasil com um bom saldo e usava o dinheiro para transformar as TEDs dos seus clientes em transferências realizadas dentro de uma mesma instituição.
Não demorou muito para que a solução chamasse a atenção das empresas. Assim é que a Transfeera desenvolveu novos produtos e mudou o seu modelo de negócios de B2C (business to consumer) para B2B (business to business). Hoje, a startup é dona de uma plataforma open banking de gestão e processamento de pagamentos, cobrança e validação de dados bancários para pessoas jurídicas.
Em outubro de 2019, os fundadores da Transfeera viajaram para o Vale do Silício para um programa de aceleração de duas semanas da Visa. Um ano depois, a empresa recebeu um investimento pré-seed de R$ 3 milhões liderado pela gestora de capital de risco GooDz Capital com participação da Bossanova Investimentos, Honey Island e Curitiba Angels.
Pois nesse último mês de janeiro, a Honey Island e a 4UM investimentos lideraram um aporte de R$ 7 milhões na Transfeera, que irá investir o dinheiro na equipe de funcionários, no leque de produtos e na criação de novas fontes de receita. Em 2022, a startup obteve R$ 7 milhões em faturamento, um crescimento de 89% em relação ao ano anterior.
Pra ficar de olho
• Como continuar inovando 💡
João Zanocelo, da BossaBox, escreveu este artigo para o GazzConecta com algumas diretrizes sobre como as empresas de tecnologia podem continuar inovando em um cenário de incertezas econômicas como o que estamos vivendo agora.