[#35] Creditas registra lucro trimestral pela primeira vez!
O que mudou para que a Creditas pudesse comemorar seu primeiro trimestre lucrativo?
QUINTA-FEIRA • 23 de maio de 2024
No Inside VC News dessa semana você vai encontrar:
👉 Creditas registra lucro trimestral, de que maneira?
👉 Pra ficar de olho: Sankhya adquire ASIS; Torq abre escritório no Chile; Serasa investe em startup mexicana.
Tudo isso em mais ou menos 4 minutos de leitura!
💵 Creditas registra primeiro lucro trimestral
A Creditas, fintech de crédito com garantia, recentemente anunciou seu primeiro trimestre lucrativo após dois anos de muito planejamento, mas antes de falarmos sobre como isso aconteceu, vale voltar no tempo e relembrar as condições do mercado a alguns anos atrás.
Para as startups em todo o mundo, o ano de 2021 se caracterizou como abundante no que diz respeito à ampliação do capital disponível, os investimentos em startups nacionais chegaram a US$ 9,8 bilhões, mais que o dobro do total investido em 2020, segundo dados do Distrito.
A necessidade de digitalização dos serviços criada pela imposição do distanciamento social, o cenário global de juros baixos e o surgimento de investidores com sede por ativos de risco e seus potenciais retornos deixaram as startups acostumadas a operar queimando caixa, muito caixa.
Quando o mercado esfriou em 2022, presenciamos uma onda de movimentos para tentar reduzir custos e garantir um runway (o quanto de dinheiro a startup ainda possui até precisar de investimento) maior. Naquele ano até janeiro de 2023, foram mapeadas 44 demissões em massa de 38 empresas de tecnologia no Brasil, totalizando 5,6 mil profissionais desligados, segundo o site Layoffs.fyi.
O que mudou até o breakeven
A Creditas, no 4º trimestre de 2022, registrou prejuízo líquido de R$ 208,6 milhões – 17,5% menor do que o do 3º trimestre e 42,5% menor do que no 4º trimestre de 2021, e a fim de mitigar o prejuízo, alcançar o lucro e gerar eficiência operacional, a startup traçou um plano de rentabilidade e focou em dois tópicos: aumento do lucro bruto e redução de investimentos em iniciativas ineficientes.
Foram revisados os preços da carteira de empréstimos, o custo de financiamento foi otimizado e houve disciplina na concessão de crédito, resultando em uma expansão significativa do lucro bruto. Isso permitiu focar em investimentos de alto valor e pausar estratégias não essenciais, alcançando lucratividade e mantendo o crescimento. Quanto ao cenário macroeconômico, a inflação no Brasil está caindo e a SELIC fechou o primeiro trimestre de 2024 em 10,75%, com fatores fiscais e juros altos nos EUA influenciando as taxas.
O resultado foi um lucro de R$ 1,4 milhões. enquanto as receitas atingiram R$ 486 milhões, e o lucro bruto, R$ 206,2 milhões.
Planos e próximos passos
O plano agora é “expandir o ecossistema”. A empresa tem progredido no que diz respeito à UX (experiência do Usuário) e a automação do produto Auto Equity, modalidade de empréstimos que usam os automóveis como garantia de pagamento, permitindo que os clientes façam transações remotas e inspeções virtuais com seus celulares. Isso aumentou a eficiência e a produtividade, e esses aprendizados estão sendo aplicados em outros produtos do ecossistema para crescer a base de usuários com maiores margens e engajamento. Além disso, outro foco é o seguro de automóveis, pois a fintech é a maior corretora digital de seguros de carros no Brasil.
Com as margens de lucro bruto em 42,5% no primeiro trimestre de 2024, a meta é um crescimento anual de 25%, mantendo a lucratividade. A prioridade será investir em tecnologia para melhorar a UX e oferecer um processo de integração de clientes de alta qualidade.
Na mira do breakeven
Hoje, muitas fintechs já deixaram o prejuízo para trás, nomes como Nubank e Stone já operam no azul, mas ainda há diversas delas que estão mirando no breakeven e parecem estar traçando planos e fórmulas para alcançá-lo. Com o objetivo de se tornar rentável, a Cora, banco digital para PMEs, por exemplo, voltou a desligar funcionários e afirma querer crescer de forma sustentável em 2024.
Para Pedro Carvalho, diretor da área analítica de instituições financeiras não-bancárias no Brasil da Fitch Ratings, esse anseio virou uma virose contagiosa: “Se a fintech concorrente atingiu, a minha não pode ficar para trás. Mas a questão é a qualidade, e se é ou não sustentável”, afirma.
Todas estão buscando esse marco, sendo que, após lhe atingir, ainda existe muito chão para percorrer até a rentabilidade e o equilíbrio financeiro. Seguimos observando a movimentação desse setor a fim de descobrir qual a próxima fórmula a dar certo.
👀 Pra ficar de olho
Sankhya, companhia mineira de ERP, adquire ASIS, especializada em soluções de gestão tributária.
Torq estreia escritório no Chile como estratégia para expandir os negócios.
Serasa investe em startup mexicana que integra informações para comprovar a renda e o emprego das pessoas.