[#30] Startups captam US$ 412,4 milhões em fevereiro, um crescimento de 30,4%
Fevereiro fechou com US$ 412,4 milhões e muita diversificação nos investimentos de venture capital. Confira!
QUINTA-FEIRA • 14 de março de 2024
No Inside VC News dessa semana você vai encontrar:
👉 Como foram os investimentos em fevereiro.
👉 Investidores apostam mais no B2B, mas B2C entrega retornos significativos nos últimos anos.
👉 Fundos buscam aumentar a equidade de gênero no Venture Capital.
👉 Robôs autônomos estão mais perto do que nunca.
👉 4 tendências que estão transformando o mercado financeiro, segundo o Fintech Summit 2024
Tudo isso em mais ou menos 6 minutos de leitura!
💵 Números de fevereiro
Em fevereiro, as startups captaram US$ 412,4 milhões, um aumento de 30,4% em relação ao mês anterior, reforçando a retomada dos investimentos de risco na América Latina.
Surpreendentemente, apesar do Brasil liderar os investimentos da região, não foi ele quem puxou esses números para cima. Os dois maiores deals do mês (Baubap - US$ 120 milhões e Vemo - US$ 60 milhões) foram em startups mexicanas.
Já a Colômbia puxou o terceiro (Simetrik - US$ 55 milhões) e quarto (Bold - US$ 50 milhões) maiores deals. E a brasileira Traive (US$ 20 milhões) fechou o top 5 maiores investimentos.
Isso, somado ao fato de alguns setores como Mobilidade, AgTech e DeepTech terem crescido em número de aportes, prova que os investimentos na região estão ficando mais diversificados e equilibrados.
🤝 Investidores apostam mais no B2B, mas B2C entrega retornos significativos nos últimos anos.
Para o investimento em Venture Capital prosperar, a mitigação de risco é crucial. Ela atua como uma bússola, que serve como guia na navegação do mercado volátil e maximiza os retornos.
Por isso, a escolha de startups com modelos de negócio e mercados promissores é fundamental para minimizar perdas e impulsionar o crescimento. Nesse contexto, muitos fundos de investimento focam em nichos específicos, como empresas B2B (Business to Business, ou de empresa para empresa, em português), como tese de investimento.
As startups B2B se distinguem por sua proposta singular: oferecer soluções inovadoras e personalizadas para outras empresas. Essa dinâmica cria um universo de negócios com características próprias, moldando um cenário de oportunidades e desafios distintos, geralmente envolvendo vendas mais complexas, ciclos de decisão mais longos e valores de transação mais elevados.
Talvez por isso, empresas B2B tenham dominado a América Latina, correspondendo a 49% das startups fundadas na região nos últimos 13 anos, segundo dados do Distrito.
Além disso, essas startups receberam 34,1% de todos os investimentos na região, conforme o gráfico abaixo.
No entanto, um fator chama atenção: as startups B2C (Business to Consumer, ou de empresa para consumidor, em português) são as que mais recebem investimentos no late-stage, demonstrando um potencial de retorno impressionante.
E há algumas razões para isso. Primeiro, devido ao fato das empresas B2C geralmente se dirigem diretamente para clientes finais, elas geralmente podem alcançar mercados muito maiores. Isso indica que, embora os ciclos de vendas possam ser mais curtos e potencialmente menos previsíveis do que os de B2B, o volume e a escala podem compensar esses desafios.
Outro fator que também contribui para essa dinâmica está relacionado às mudanças no comportamento do consumidor causadas pela pandemia de covid-19. A aceleração da adoção digital e a maior disposição dos clientes para experimentar novas marcas e produtos online foram motivos que ajudaram a impulsionar muitas startups B2C. Isso permitiu que algumas empresas direcionadas a esse público alvo aproveitassem a oportunidade para crescer rapidamente.
Apesar disso, nem tudo são flores: startups B2C têm muitos riscos, apesar de seu alto potencial de retorno. A fidelidade do consumidor pode mudar devido à intensa concorrência. Além disso, essas startups geralmente precisam fazer grandes investimentos em marketing e desenvolvimento de marca para se destacarem em mercados já saturados.
Portanto, esses fatores podem aumentar o risco dos investimentos em negócios B2C, mas também oferecem grandes oportunidades de retornos para aqueles que conseguem superar essas dificuldades.
♀️ Fundos buscam aumentar a equidade de gênero no Venture Capital
Apesar do esforço coletivo, ainda estamos muito longe — mais especificamente 132 anos, segundo o FMI — de alcançar a equidade de gênero.
Apesar de serem mais de 50% da população mundial, as mulheres ainda ocupam menos da metade dos cargos de liderança, sofrem mais com o desemprego e ganham menos.
Infelizmente, no ecossistema de inovação não é diferente. Dados do Distrito apontam que, em 2020, as startups lideradas só por mulheres receberam apenas 0,04% dos mais de US$ 3,5 bilhões aportados no mercado.
Já em 2022, segundo o Fórum Econômico Mundial, apenas 2% de todos os investimentos globais de capital de risco foram direcionados para startups chefiadas por mulheres.
Por fim, apenas 15% dos cheques de investimentos são assinados por mulheres.
O que o Venture Capital tem feito para mudar esse cenário?
Cientes do seu papel como catalisadores da transformação, diversos fundos de Venture Capital têm criado iniciativas que visam diminuir a disparidade de gênero nesse mercado. Conheça algumas delas!
AstELLAS
A AstELLAS é um programa de mentoria coletiva gratuito para mulheres fundadoras e cofundadoras de startups de tecnologia no Brasil, especificamente nas fases Pre-seed e Seed. Até o momento, o programa já contou com duas edições.
WE Ventures
A We Ventures é o primeiro fundo de CVC da América Latina 100% dedicado a negócios comandados por mulheres. O fundo já investiu em 4 startups e levantou mais de R$ 60 milhões. Além disso, junto com a WE Impact, Venture Builder da iniciativa, lançou o Selo Igualdade de Gênero.
Vibra Ventures
O Hub de Inovação Vibra co.lab, iniciativa do fundo Vibra Ventures, lançou seu primeiro edital com foco em startups lideradas por mulheres. Os aportes foram direcionados para startups em estágios iniciais.
👀 Pra ficar de olho
O futuro dos robôs autônomos está logo aí (Bessemer Venture Partners, em inglês)
A robótica autônoma está em ascensão, com potencial para revolucionar vários setores nos próximos anos, principalmente devido aos avanços da IA. Apesar de estar ainda em um estágio mais inicial, os robôs autônomos prometem transformar o mundo da forma como o conhecemos hoje.
4 tendências que estão transformando o mercado financeiro, segundo o Fintech Summit 2024 (Distrito)
O Distrito e o BTG Pactual realizaram o Fintech Summit 2024, evento que reuniu os principais nomes do mercado financeiro para discutir as tendências que moldarão o futuro do mercado financeiro. Dentre as tendências, destacam-se o uso de IA para combate à fraude, o DREx, a tokenização e investimento em startups infraestrutura e inclusão financeira