[#16] Investimentos internacionais voltam em ritmo lento
Que o inverno das startups chegou, isso todo mundo já sabe. Mas você já parou para pensar como os investimentos internacionais estão?
QUINTA-FEIRA • 17 de agosto de 2023
Boa tarde!
No Inside VC News dessa semana você vai encontrar:
VC em dados: investimentos internacionais em startups brasileiras voltam a se estabilizar, mas o crescimento ainda está em passos lentos
Scouting: conheça a Tractian, startup voltada para a indústria que está transformando o setor
Pra ficar de olho: Família Jobs cria fundo de investimento e Unicórnios ficam mais raros
Tudo isso em mais ou menos 6 minutos de leitura!
VC em dados
Que o inverno das startups chegou com tudo, isso todo mundo já sabe. Mas você já parou para pensar como os investimentos internacionais - ou a falta deles - estão acompanhando esse movimento?
Para responder a essa pergunta, é importante dar um passo atrás e entender como esses investimentos vinham caminhando até o início de 2022.
Primeiramente, é importante ressaltar que os investidores internacionais desempenham um papel de extrema importância dentro do ecossistema brasileiro de inovação. Segundo dados do Distrito, dos deals realizados em startups late-stage entre o início de 2020 e o primeiro trimestre de 2022, 62,8% deles contaram com pelo menos um investidor internacional. Essa porcentagem de participação é de 39,7% em startups early-stage e 10,4% em startups que estavam no estágio seed-stage.
Essa representatividade de investidores internacionais vinha crescendo e acompanhou o boom de investimentos recebidos pelas startups em 2021. Para se ter uma ideia, naquele ano, quando os investimentos em startups bateram recordes, 20,3% de todos os deals assinados contaram com ao menos um investidor estrangeiro.
Com o aumento da taxa de juros a nível mundial e a crise econômica que isso gerou, a participação desses investidores acompanhou a queda nos aportes recebidos pelas startups e também diminuiu, chegando a estarem presentes em 14,6% dos deals realizados entre 2022 e o primeiro semestre de 2023.
A fim de ilustração, no segundo trimestre de 2022, 66,7% dos deals voltados a startups late-stage contavam com investidores internacionais. No semestre seguinte, essa participação caiu para 7,7%.
Isso se deve ao fato de que, em tempos de crises econômicas, onde a taxa de juros sofre elevações também em economias desenvolvidas, os investidores adotam posturas mais conservadoras, apostando em propostas com menos risco e optando por investirem em seus próprios países, onde têm operações locais e não oferecem riscos tão grandes quanto aqueles atrelados a países subdesenvolvidos, como é o caso do Brasil. Portanto, há uma fuga de capital muito grande.
Porém, ainda há esperança, conforme o gráfico acima nos mostra. Devagar, mas de forma estável, os investidores internacionais estão voltando pouco a pouco a representarem uma fatia importante do mercado de investimentos.
Apesar disso, esse retorno apresenta uma característica curiosa: mesmo que o histórico de participação desses investidores seja maior em startups no estágio late-stage, esse crescimento é observado principalmente em startups seed e early-stage. Isso porque essas empresas exigem cheques menores e abrem mais possibilidades de mentorias realizadas por experts do mercado.
Com a SELIC em queda e as taxas de juros norte-americana e europeias em alta, nos resta aguardar as cenas dos próximos capítulos para ver se a participação desse importante ativo volta a crescer.
Scouting 🔎
O inverno foi bem forte, mas parece estar melhorando e falando em investimento estrangeiro para startups brasileiras, a Tractian, startup voltada para a indústria 4.0, captou R$ 230 milhões em uma rodada Series B liderada pelo fundo norte-americano General Catalyst. A startup já recebeu investimentos do também fundo norte-americano Y Combinator, e de outras investidores como Citrino, DGF Investimentos e Norte Ventures.
A Tractian é uma empresa que oferece soluções de monitoramento e manutenção preditiva para o setor industrial por meio de sensores inteligentes e análise de dados. Com o aporte recebido, a empresa pretende investir em tecnologia, principalmente voltado para a manutenção assistida, que atendem a seus mais de 500 clientes distribuídos entre Brasil, Estados Unidos e México.
Para conhecer mais a Tractian, clique aqui e acesse o material do Distrito com essas e outras tecnologias emergentes!
Score de Maturidade: 784 / 1000
Funding Total: US$ 20.732.064,00
Colaboradores: 236 +118,52% em relação a julho/2022
Acessos ao site: 56.696 +68,94% em relação a julho/2022
Seguidores no LinkedIn: 44.212
O Distrito utiliza um algoritmo próprio para determinar o nível de maturidade de +40 mil empresas de tecnologia. A classificação acima constitui apenas um exemplo da aplicação dessa metodologia, e não uma recomendação de investimento
Pra ficar de olho
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Filho de Steve Jobs cria fundo para investir US$ 400 milhões em startups (Startupi)
Seguindo os passos do pai? Reed Jobs, filho de Steve Jobs, e sua mãe, Laurene Powell Jobs, criaram um fundo para investir, principalmente, em healthtechs. A pretensão é que o fundo capte US$ 400 milhões e invista em startups em todos os estágios.
Os unicórnios estão cada vez mais raros e isso tem um motivo: com a queda de investimentos em startups no geral, os fundos estão mais cautelosos e evitando investimentos em rodadas Series C em diante, que geralmente impulsionam o surgimento dessas empresas míticas. Até agora, este ano somente uma startup brasileira entrou para o hall de unicórnios e não há grandes expectativas para este segundo semestre.
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Ao todo, mais de 1.000 investidores com investimento realizados no Brasil e 7.500 rodadas de investimentos já foram mapeados pelo Distrito!
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